Um pouquinho da Jéssica (Jéssica é portadora de SW e é atendida pela APAE de Osório /RS -Brasil)
“Nosso olhar” A Jéssica chegou em 10/4/1997 na APAE de Osório com um encaminhamento da Escola Arroio das Pedras, (uma escola de ensino regular da região) com um parecer que a diferenciava da clientela da escola. Chegou então com retardo no DNPM, hiperatividade, mas o porquê de tal comportamento ninguém na época sabia, muito menos a mãe. Passou 1997 e 1998 chegando e saindo da APAE, devido a suas condições de saúde e adaptação da criança e da família. Ao ser entrevistada em 1998 pela assistente social relatou estar investigando o seu “problema”, sua “diferença” a pedido do médico da PUC. Em 1999 começou frequentar mais assiduamente. Demonstrava interesse por histórias, mas não esperava o fim, trocava de atividade, olhava para o lado e pronto, a Jéssica corria para outro lugar, outra atividade. Seu olhar, sua visão enxergava até o que não existia no meio em que se encontrava. Neste ano aconteceu algo que consideramos “maravilhoso”( pois até ali não sabíamos o que ela tinha), sua mãe descobriu que era Síndrome de Williams a razão do comportamento diferente de Jéssica. Foi um alívio para nós pois agora já podíamos direcionar a forma de tratamento. Jéssica já estava com 9 anos e amadurecendo a cada dia. Passou a esperar o fim das histórias, passou a cada dia parecer mais independente, mas quando o “olho”corria ou o “ouvido” sentia a Jéssica já estava aonde queria. Com isso observamos que sua concentração e sua atenção seguia seu ritmo. Observamos também que possuía e possui um grande potencial, porém desenvolve-se melhor nos atendimentos individuais. Mas, nem pensar, Jéssica é muito sociável, relações públicas da escola, jamais deixá-la sempre sozinha, pois o grupo a ajuda e ela ajuda muito também, o individual é apoio para sua concentração e atenção característica da Síndrome. E sua mãe e a família? Aceitou, sentiu-se aliviada, porém ainda com muitas dúvidas a respeito, pois não existe nada muito claro. Foi uma pena ter que esperar 9 anos pelo diagnóstico, felizes aqueles pais que descobrem no início da primeira infância. Mas felizmente nunca atrapalhou a aceitação e eles dedicavam-se a ela com muito carinho. A cada dia leva para casa um pouco de sua realidade no seu vocabulário, em suas atitudes, ela é a própria “casa cheia”, transborda sua alegria, sua euforia onde está. Claro, sempre buscamos sua organização. Organização esta que rebusca seu desenvolvimento para um excelente progresso! Está sempre progredindo! E algo que nos surpreende também é seu talento pela música. Ninguém a vence, ela dá show para quem quiser ver e aplaudir! Enfim, a Jéssica é uma criança que sempre está viva dentro de cada um de nós, independente do que é e sim do que possui, do que pode e do que constrói! Ana Paula da Conceição Professora da APAE – Osório/RS