Genética e linguagem na Síndrome de Williams-Beuren: uma condição neuro-cognitiva peculiar*
Natalia Freitas Rossi I; Danilo Moretti-Ferreira II; Célia Maria Giacheti III TEMA: aspectos genéticos, cognitivos e de linguagem na Síndrome de Williams-Beuren (SWB). OBJETIVO: revisar a literatura sobre a SWB, destacando aspectos genéticos, cognitivos e de linguagem.
CONCLUSÕES: a literatura mostrou que a etiologia da SWB é conhecida, embora o diagnóstico precoce pode ser difícil pela variabilidade de manifestações clínicas dessa condição. O fenótipo variável tem sido atribuído a deleção de vários genes na região 7q11.23. que inclui o gene da elastina. A deleção desse gene é identificada pelo estudo citogenético molecular denominado Hibridização in situ por Fluorescência (FISH). A freqüência populacional desta síndrome é de 1 em 20,000 nascimentos e é resultante de uma alteração genética “de novo”. O quadro da SWB é caracterizado principalmente por fácies típica conhecida como face de duende, alterações cardíacas, prejuízos cognitivos e aspectos comportamentais que incluem a linguagem.
A característica falante e sociável associada as dificuldades viso-construtivas conferem a esta síndrome um quadro neuro-cognitivo peculiar. A deficiência mental é variável e pode ou não estar presente. Estudos que descreveram as habilidades de linguagem nesta síndrome destacaram que a habilidade sintática pode estar íntegra ou parcialmente íntegra, a produção verbal pode ser precisa e inteligível, mostrando a integridade do sistema fonológico. O vocabulário receptivo-auditivo é citado em alguns estudos como adequado e em outros como prejudicado para a idade mental. Pesquisas na área têm produzido, resultados incongruentes com respeito ao perfil de habilidades cognitivas e lingüísticas nos portadores dessa condição. A correlação entre as habilidades de linguagem e a cognição e a divergência de achados na literatura serão abordadas neste artigo.
Introdução A Síndrome de Williams-Beuren (SWB) (Williams, s.d.) foi descrita por Williams et al. (1961) e Beuren (apud Williams, s.d.) que observaram a presença de características faciais típicas associadas à estenose supravalvular da aorta, hipercalcemia infantil e deficiência mental em pacientes não aparentados. O diagnóstico clínico desta síndrome baseia-se nas características faciais típicas, alterações cardíacas e um conjunto de características cognitivas e de linguagem que resultam em comportamentos comunicativos e sociais bastante peculiares a esta síndrome genética.
O aspecto facial da SWB é caracterizado principalmente por bochechas proeminentes, narinas antevertidas, filtro nasal longo, proeminência periorbitária, macrostomia e lábios volumosos. As alterações cardíacas mais comuns são a estenose aórtica supravalvular e a estenose da artéria pulmonar. O fenótipo inclui a presença de deficiência mental com prejuízo nas habilidades viso-espaciais e dificuldades de linguagem / aprendizagem associadas à personalidade extrovertida e falante (Montgolfier-Aubron et al., 2000). O perfil cognitivo da SWB, Syndrome Cognitive Profile (WSCP), é conhecido pelo prejuízo viso-construtivo que contrasta com o desempenho favorável para as habilidades verbais, as quais têm sido correlacionadas às facilidades para a memória auditiva. Este contraste sustenta a hipótese de dissociação das habilidades de linguagem e cognição, conferindo a esta síndrome um quadro neuro-cognitivo peculiar (Pagon et al., 1987; Mervis e Klein-Tasman, 2000).
O objetivo do presente artigo é revisar a literatura da SWB, destacando aspectos genéticos, cognitivos e de linguagem.
Etiologia e diagnóstico Esta afecção genética freqüentemente é de origem “de novo” com freqüência de 1:20.000 nascimentos (Borg et al., 1995). A terminologia “de novo” é utilizada para designar que esta síndrome é esporádica e confere baixo risco de recorrência familial. A etiologia da SWB é uma microdeleção hemizigótica, isto é, a perda de uma das cópias dos genes, localizados na região 7q11.23 (Figura 1A). Aproximadamente 20 genes podem estar deletados nesta região cromossômica, dentre os quais se inclui o gene da elastina (ELN). O gene ELN está deletado em aproximadamente 96% dos casos de SWB (Ewart et al., 1993), o que justifica a sua investigação para confirmação diagnóstica da SWB. A deleção do gene ELN pode ser identificada pelo estudo da região 7q11.23 pela técnica citogenética molecular Hibridização in situ por Fluorescência (FISH), ilustrada pela Figura 1B. O resultado FISH negativo para a deleção do gene ELN não exclui o diagnóstico da SWB, que deve considerar a presença de sinais clínicos típicos da síndrome e a investigação por outras técnicas moleculares mais específicas para identificação de outros genes envolvidos.
No Brasil, o uso do FISH tem sido divulgado como recurso diagnóstico associado ao estudo das características clínicas da SWB, com a finalidade de estabelecer parâmetros para a solicitação deste exame pelo geneticista (Sugayama 2001; Souza, 2003).Características clínicas O fenótipo da SWB é caracterizado por alterações cardíacas, sinais faciais e características de personalidade, cognição e linguagem. A sintomatologia cardíaca é o sinal clínico que freqüentemente permite o diagnóstico precoce da SWB, pois pode ser identificada nos primeiros anos de vida. Aproximadamente 75 a 80% dos casos com a SWB apresentam alterações cardíacas, sendo as mais freqüentes a estenose aórtica, em aproximadamente 65% dos casos e a estenose da artéria pulmonar em 38% dos casos (Sugayama et al., 2001).
As características faciais geraram denominação algumas vezes polêmicas para esta afecção genética, denominada fácies de duende (Elfin Facies Syndrome) (Joseph e Parrot, 1958). A fácies de duende foi atribuída pela presença de dismorfismos faciais, caracterizados por nariz arrebitado, ponte nasal achatada, região orbital profunda, macrostomia, lábio inferior volumoso, bochechas proeminentes e filtro nasal longo (Figura 2). Atualmente, esta denominação deixou de ser utilizada por conferir aspecto pejorativo.
Outras características clínicas podem estar presentes como: hérnia inguinal e umbilical; íris estrelada; característica vocal rouca; otite média recorrente; alterações dentárias; atraso no crescimento intra-uterino; baixa estatura e baixo peso ao nascimento. O baixo peso costuma ser persistente nos primeiros meses de vida, devido à dificuldades na alimentação e problemas gastrintestinais (Pankau et al., 1994; Souza, 2003).A literatura compilada mostrou trabalhos que citaram características clínicas da SWB, em pacientes positivos e negativos para a microdeleção do gene ELN (Quadro 1). O valor total de casos apresentados no Quadro 1 foi variável, considerando que nem todos os estudos compilados investigaram todas as características descritas.
Cognição e linguagem na SWB O fenótipo comportamental da SWB foi denominado por Udwin et al., (1987) como Cocktail Party Speech (CPS). As características que compõem o fenótipo CPS foram investigadas por Udwin e Yule (1990) a partir da caracterização de manifestações relacionadas à personalidade e ao comportamento verbal destes sujeitos, incluindo personalidade sociável, fala fluente e inteligível, uso freqüente de frases estereotipadas e clichês, hábito de inserir experiências pessoais e irrelevantes ao contexto e fala perseverativa.Habilidades viso-construtivas e habilidades verbais: estudos cognitivos Estudos com testes psicométricos para avaliação do quociente intelectual (QI) mostraram que os sujeitos com SWB apresentavam QI entre 50 e 70, o que caracteriza deficiência mental leve a moderada (Udwin et al., 1987; Bellugi et al., 1999). Estes testes têm mostrado comprometimento significativo nas tarefas viso-construtivas, se comparadas às verbais, o que caracteriza dissociação dessas tarefas (Udwin e Yule 1991; Jarrold et al., 1999). Porém, alguns estudos demonstraram comprometimento equiparado para as tarefas verbais e executivas (Carrasco et al., 2005; Porter e Coltheart, 2005).
O estudo das habilidades viso-construtivas na SWB tem mostrado a presença de prejuízo na relação parte/todo, sugerindo comprometimento para a integração de estímulos visuais (Jordan et al., 2002). Segundo Farran et al. (2003), esta dificuldade integrativa ocorre quando tarefas de julgamento espacial são solicitadas. A investigação das habilidades de memória visual e espacial de forma isolada e associada mostrou que a falha na integração é decorrente do comprometimento espacial, de modo que o visual, quando dissociado de relações espaciais, mostrou não estar comprometido (Vicari et al., 2003; Farran, 2005). Outros achados, freqüentemente, têm sido descritos no que diz respeito às habilidades visuais que incluem a facilidade para reconhecimento facial e de julgamento para expressões emocionais (Bellugi et al., 2000). A facilidade em realizar tarefas musicais favorece situações de aprendizagem, uma vez que possibilita aumentar o tempo de atenção, freqüentemente reduzido nestes sujeitos (Levitin et al., 2004).
Habilidades da linguagem oral e escrita A revisão dos estudos das habilidades de linguagem na SWB mostrou achados discordantes e recebeu várias críticas (Quadro 2). A hipótese de dissociação inter-habilidades (execução versus verbais) na SWB tem sido questionada. Segundo a conclusão de alguns estudos procedimentos metodológicos diferentes poderiam resultar em desempenho variável, dependendo do nível de organização e complexidade em que as habilidades de linguagem são solicitadas (Gosch et al., 1994, Karmiloff-Smith et al., 1998).
Estudos com o teste de avaliação por imagens – Peabody empregado para avaliar o vocabulário receptivo-auditivo na SWB concluíram desempenho adequado para idade mental (Ewart et al.,1993; Mervis et al.,1999) e foram criticados por autores que defendem a idéia de que o vocabulário receptivo não garante o seu uso em nível expressivo (Bellugi et al., 1994). Destaca-se a presença de falhas para seleção do léxico em situação de narrativa oral, o que ocasiona ruptura semântica (Bellugi et al., 2001; Karmiloff-Smith, et al., 2003; Reilly et al., 2004). A narrativa oral freqüentemente mostra riqueza prosódica, em meio a efeitos sonoros e frases exclamativas (Gonçalvez et al., 2004).A habilidade pragmática tem sido pouco abordada nos estudos da SWB, embora pareça representar significativa importância na compreensão das dificuldades de linguagem destes indivíduos. Observa-se nível de estruturação sintática superior à coerência da narrativa. A quantidade de fala ou de atos comunicativos utilizados pelos mesmos, não responde pelo uso social da linguagem (Laws e Bishop, 2004). Segundo Carrasco et al. (2005) a personalidade sociável e a característica falante estariam mais relacionadas ao uso da linguagem oral como recurso comunicativo do que com a competência nas habilidades da linguagem. Rossi et al., (2005) encontraram prejuízos na coerência semântica e na organização lógica e temporal de eventos nos indivíduos avaliados com SWB.
Estudos mostraram que sujeitos com SWB freqüentemente apresentam desempenho adequado para os testes de memória seqüencial de dígitos (Mervis et al., 1999), destacando a predominância do circuito fono-articulatório sobre o semântico (Wang e Bellugi 1994; Karmiloff-Smith et al., 1998), porém com significativa dificuldade para o armazenamento da informação de longo prazo.
As dificuldades percepto-motoras e visuais em sujeitos com a condição aqui apresentada estão associadas com o comprometimento para a escrita, que freqüentemente é mais prejudicada do que a leitura. (Udwin et al.,1987). Estudo longitudinal das dificuldades de aprendizagem comprovou que o aprendizado da leitura, escrita e aritmética, ocorre de forma bastante comprometida, sendo mais favorável nos primeiros anos escolares, passando para uma certa estagnação com a idade adulta (Udwin et al., 1996).
A participação do sistema fonológico na aprendizagem da leitura e da escrita nesta síndrome tem sido descrita por não ocorrer diferença significativa para recuperação de palavras de alta freqüência e baixa freqüência, o que sugere uso do processamento predominantemente fonológico para os sujeitos com a SWB, ao contrário do que é observado na população normal, que ocorre via processamento semântico (Vicari et al., 1996). Estudos sobre habilidades de consciência fonológica revelaram comprometimento predominante para atividades de rima e manipulação fonêmica (Majerus et al., 2001).
As tarefas de decodificação de grafemas isolados, leitura oral de palavras e de peseudopalavras foram descritas por Levy et al. (2003), mostrando que a habilidade para executar tais tarefas está correlacionada à idade mental global dos indivíduos e à competência de habilidades de consciência fonológicas. Identificaram que não houve relação entre a habilidade de detecção de rima e o desempenho na leitura e na escrita, com significância entre a capacidade de segmentação de palavras e o desempenho nas tarefas de leitura de pseudopalavras para a síntese com a capacidade de decodificação de grafemas isolados e leitura de palavras simples.
Estudos revisados sobre as habilidades de linguagem mostraram achados divergentes, inclusive questionados por alguns autores. As habilidades de linguagem oral da SWB têm sido muito mais freqüentemente descritas, se comparadas às habilidades da linguagem escrita. Até mesmo os estudos destinados às habilidades de linguagem oral, ainda são escassos no que diz respeito à abordagem da habilidade pragmática e do uso de recursos comunicativos utilizados por estes sujeitos, nos diversos contextos comunicativos.
Conclusão Estudos sobre as habilidades de linguagem na SWB ainda são restritos, se comparados aos estudos sobre bases genéticas e aspectos cognitivos nos últimos cinco anos. A literatura compilada sobre aspectos genéticos, cognitivos e de linguagem na SWB mostrou que a etiologia desta condição genética é conhecida, embora o diagnóstico precoce seja difícil pela variabilidade das manifestações clínicas, principalmente na ausência de alterações ou sintomatologias cardíacas. O fenótipo clínico inclui características marcantes de personalidade, comprometimento cognitivo e de linguagem, que associados às características físicas poderiam auxiliar no diagnóstico clínico desta condição e por fim indicar a solicitação do exame FISH pelo geneticista.Esses estudos mostraram dados interessantes que justificam o reconhecimento do fenótipo neuro-cognitivo peculiar desta condição, destacando a hipótese de dissociação das habilidades cognitivas e de linguagem. Esta hipótese mostrou ser sustentada pelos estudos que mostraram habilidades de linguagem relativamente preservadas em detrimento às dificuldades cognitivas. Esta hipótese não foi corroborada por todos os autores, que mostraram prejuízos lingüísticos, nas tarefas de narrativa oral que possibilitaram identificar comprometimento pragmático. Infelizmente, a literatura nacional compilada revelou carência nos estudos voltados para a problemática cognitiva e de linguagem da SWB.
Estudos voltados para a caracterização do fenótipo neuro-cognitivo e lingüístico desta síndrome, associado aos estudos moleculares, poderão num futuro próximo trazer benefícios aos pacientes e seus familiares uma vez que esses resultados poderão auxiliar na conduta do aconselhamento genético e perspectivas de intervenção junto a essas manifestações clínicas, incluindo aspectos comunicativos.
Esses achados poderão ainda auxiliar na compreensão de mecanismos relacionados à personalidade, cognição e linguagem sob uma perspectiva genética, não somente de sujeitos com a SWB, mas da humanidade de uma forma geral.
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